Inspeção e Diagnóstico


Caracterização do estado de conservação de um edifício. Identificação de danos e anomalias existentes, das causas na sua origem e da sua evolução prevista.

Ações de inspeção e ensaios

Realização e prescrição de inspeções e ensaios de campo ou laboratoriais, com o intuito de aprofundar o conhecimento sobre os materiais e elementos que compõem um edifício:

  • Ensaios a solos;
  • Registo e monitorização de abertura de fendas e deformação em elementos estruturais e construtivos;
  • Verificação da existência de próteses estruturais;
  • Determinação da capacidade resistente de elementos estruturais;
  • Ensaios de carga;
  • Medição de corrosão ou carbonatação;
  • Avaliação de elementos construtivos: cor, brilho, textura, alterações superficiais, perdas de material, integridade;
  • Avaliação da espessura de películas de tinta;
  • Deteção de perda de aderência, perda de coesão ou desagregação, erosão e sujidade de revestimentos;
  • Deteção de permeabilidade de revestimentos;
  • Determinação da presença de contaminação biológica;
  • Deteção de eflorescências e criptoflorescências, identificação de sais;
  • Medição do teor de humidade superficial e em profundidade em materiais de construção;
  • Psicrometria: medição e monitorização das condições de humidade e temperatura do ar;
  • Termografia;
  • Boroscopia;
  • Deteção de presença de podridão, fungos, bolores, insetos, roedores;
  • Recolha de amostras para ensaios laboratoriais.

Diagnóstico

Identificação das causas na origem de danos e anomalias detetados na fase de inspeção.

O reconhecimento dos sinais disponíveis permite elaborar hipóteses que deverão ser confirmadas, tendo sempre presente que na grande maioria das vezes não existe uma causa única, mas sim um conjunto de fatores que contribuem para determinado acontecimento, ainda que alguns deles sejam preponderantes.

A validação das hipóteses formuladas obedece a novo processo de investigação, cuja abrangência dependerá da relevância do fenómeno em estudo. Este processo pode compreender a monitorização dilatada no tempo, a realização de novos ensaios e medições, assim como a criação de modelos globais ou parciais do edifício.

Importa distinguir o que são fenómenos reológicos naturais dos próprios materiais, que inevitavelmente veem as suas propriedades alteradas ao longo do tempo, dos efeitos decorrentes de alterações à sua configuração, uso ou solicitações. Algumas deficiências são congénitas, ou seja, foram adquiridas durante a construção original.

Convém referir que em algumas situações é extremamente difícil proceder a uma explicação totalmente objetiva da situação em análise, seja pela sua complexidade, seja por limitações de tempo ou financeiras, pelo que é plausível que se estabeleça o diagnóstico com base em mais do que uma causa, mesmo que por vezes não se consiga explicar totalmente o mecanismo que gera a patologia. É sempre preferível assumir a incerteza que afeta a decisão do que fundamentá-la em suposições.